quarta-feira, 17 de abril de 2013

Artes - Bernardo Paz


Mentor de Inhotim, Bernardo Paz busca na arte contemporânea uma forma de educar

Empresário dono de mineradora Itaminas transfere praticamente tudo o que ganha para o projeto



Bernardo Paz - Denise Andrade/AE
Denise Andrade/AE
Bernardo Paz
Para Bernardo Paz, a caminhada da mineração para a arte foi árdua. Empresário self made, exportando desde os anos 80 para a China - "o partido comunista chinês entrou de sócio e me deu US$ 10 milhões em 1986" -, o idealizador de Inhotim conta que chegou a ter 39 empresas, nove mil funcionários e custos baixíssimos. O Brasil mudou, seu grupo entrou em processo difícil e, sem apoio do BNDES, "eu tinha oficial de Justiça na minha porta todo dia. Era um inferno a minha vida na década de 90". Paz esclarece que, no auge da crise, entre pagar impostos ou funcionários, optou por seus empregados. E acabou tendo que entrar no Refis.

O mineiro só respirou melhor em 2000, com a alta do preço do minério. Hoje, sua Itaminas fatura cerca de R$ 600 milhões por ano, e ele transfere praticamente tudo o que ganha para Inhotim. "Isto é a minha vida", diz o homem que, não sabendo ser impossível, foi lá e fez. 

Paz só concordou em dar entrevista depois que a colunista conhecesse o parque de 300 mil metros quadrados, ao lado da cidade de Brumadinho em Minas. A chegada é indescritível, tamanha a harmonia entre os projetos arquitetônico e de jardinagem. Ao se percorrer as alamedas projetadas inicialmente por Burle Marx, esbarra-se em pavilhões gigantes que nada devem a qualquer museu no mundo. Ele não revela quanto enterrou ali, mas há quem estime mais de R$ 500 milhões. Nunca teve ajuda de governos. No aguardo da cobiçada obra de Anish Kapoor - o artista indiano está desenhando algo especial para lá -, Paz está hoje empenhado em montar um complexo imobiliário que possa dar sustentabilidade à sua singular criação. Ele abrange desde hotéis a até um aeroporto. A mineradora hoje mantém Inhotim praticamente sozinha, mas seu criador quer perpetuá-lo. E começa a contar com apoio de empresas do porte do Itaú, Vale, Votorantim e Vivo. 

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