segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Embaixador da Palestina defende diálogo e solução negociada com Israel

Embaixador da Palestina defende diálogo e solução negociada com Israel

Embaixador da Palestina no Brasil há cinco anos, Ibrahim Alzeben diz que seu povo pode conviver com Israel no mesmo território em clima de paz 

A solução para o conflito entre israelenses e palestinos não passa pela religião. É o que defende o embaixador do Estado da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben. Durante recente visita ao Ceará, para promover o turismo em países árabes, ele defendeu que, para solucionar o impasse, o caminho é cumprir o que diz o direito internacional, criando o Estado palestino e dando cumprimento às resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) que tratam do tema.

Para romper com o histórico ressentimento e promover a reconciliação entre israelenses e palestinos, ele defende educação e cooperação. Alzeben argumenta que o mesmo território pode servir para uma vida digna para ambos os povos.

 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

O PROBLEMA
A violência contra as mulheres assume muitas formas – física, sexual, psicológica e econômica. Essas formas de violência se inter-relacionam e afetam as mulheres desde antes do nascimento até a velhice.
Alguns tipos de violência, como o tráfico de mulheres, cruzam as fronteiras nacionais.
As mulheres que experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua capacidade de participar da vida púbica diminui. A violência contra as mulheres prejudica as famílias e comunidades de todas as gerações e reforça outros tipos de violência predominantes na sociedade.
A violência contra as mulheres também empobrece as mulheres, suas famílias, suas comunidades e seus países.
A violência contra as mulheres não está confinada a uma cultura, uma região ou um país específicos, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade. As raízes da violência contra as mulheres decorrem da discriminação persistente contra as mulheres.
Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida.
As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro e violência doméstica do que de câncer, acidentes de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial.
Violência praticada pelo parceiro íntimo
A forma mais comum de violência experimentada pelas mulheres em todo o mundo é a violência física praticada por um parceiro íntimo, em que as mulheres são surradas, forçadas a manter relações sexuais ou abusadas de outro modo.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizado em 11 países constatou que a porcentagem de mulheres submetidas à violência sexual por um parceiro íntimo varia de 6% no Japão a 59% na Etiópia.
Diversas pesquisas mundiais apontam que metade de todas as mulheres vítimas de homicídio é morta pelo marido ou parceiro, atual ou anterior.
  • Na Austrália, no Canadá, em Israel, na África do Sul e nos Estados Unidos, 40% a 70% das mulheres vítimas de homicídio foram mortas pelos parceiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
  • Na Colômbia, a cada seis dias uma mulher é morta pelo parceiro ou ex-parceiro.
A violência psicológica ou emocional praticada pelos parceiros íntimos também está disseminada.
Violência sexual
Calcula-se que, em todo o mundo, uma em cada cinco mulheres se tornará uma vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer da vida.
A prática do matrimônio precoce – uma forma de violência sexual – é comum em todo o mundo, especialmente na África e no Sul da Ásia. As meninas são muitas vezes forçadas a se casar e a manter relações sexuais, o que acarreta riscos para a saúde, inclusive a exposição ao HIV/AIDS e a limitação da frequência à escola.
Um dos efeitos do abuso sexual é a fístula traumática ginecológica: uma lesão resultante do rompimento severo dos tecidos vaginais, deixando a mulher incontinente e indesejável socialmente.
Violência sexual em conflitos
A violência sexual em conflitos é uma grave atrocidade atual que afeta milhões de pessoas, principalmente mulheres e meninas.
Trata-se, com frequência, de uma estratégia deliberada empregada em larga escala por grupos armados a fim de humilhar os oponentes, aterrorizar as pessoas e destruir as sociedades. Mulheres e meninas também podem ser submetidas à exploração sexual por aqueles que têm a obrigação de protegê-las.
As mulheres, sejam elas avós ou bebês, têm rotineiramente sofrido violento abuso sexual nas mãos de forças militares e rebeldes.
O estupro há muito é usado como tática de guerra, com relatos de violência contra as mulheres durante ou após conflitos armados em todas as zonas de guerra internacionais ou não internacionais.
  • Na República Democrática do Congo, aproximadamente 1.100 estupros são relatados todo mês, com uma média de 36 mulheres e meninas estupradas todos os dias. Acredita-se que mais de 200 mil mulheres tenham sofrido violência sexual nesse país desde o início do conflito armado.
  • O estupro e a violação sexual de mulheres e meninas permeia o conflito na região de Darfur, no Sudão.
  • Entre 250 mil e 500 mil mulheres foram estupradas durante o genocídio de 1994 em Ruanda.
  • A violência sexual foi um traço característico da guerra civil que durou 14 anos na Libéria.
  • Durante o conflito na Bósnia, no início dos anos 1990, entre 20 mil e 50 mil mulheres foram estupradas.
Violência e HIV/AIDS
A incapacidade de negociar sexo seguro e de recusar o sexo não desejado está intimamente ligada à alta incidência de HIV/AIDS. O sexo não desejado resulta em maior risco de escoriações e sangramento, o que facilita a transmissão do vírus.
Mulheres que são surradas por seus parceiros estão 48% mais propensas à infecção pelo HIV/AIDS.
As mulheres jovens são particularmente vulneráveis ao sexo forçado e cada vez mais são infectadas com o HIV/AIDS. Mais da metade das novas infecções por HIV em todo o mundo ocorrem entre os jovens de 15 a 24 anos, e mais de 60% dos jovens infectados com o vírus nessa faixa etária são mulheres.
Excisão/Mutilação Genital Feminina
A Excisão/Mutilação Genital Feminina (E/MGF) refere-se a vários tipos de operações de mutilação realizadas em mulheres e meninas.
  • Estima-se que mais de 130 milhões de meninas e mulheres que estão vivas hoje foram submetidas à E/MGF, sobretudo na África e em alguns países do Oriente Médio.
  • Estima-se que 2 milhões de meninas por ano estão sob a ameaça de sofrer mutilação genital.
Assassinato por dote
O assassinato por dote é uma prática brutal, na qual a mulher é assassinada pelo marido ou parentes deste porque a família não pode cumprir as exigências do dote — pagamento feito à família do marido quando do casamento, como um presente à nova família da noiva.
Embora os dotes ou pagamentos semelhantes predominem em todo o mundo, os assassinatos por dote ocorrem sobretudo na África do Sul.
“Homicídio em defesa da honra”
Em muitas sociedades, vítimas de estupro, mulheres suspeitas de praticar sexo pré-matrimonial e mulheres acusadas de adultério têm sido assassinadas por seus parentes, porque a violação da castidade da mulher é considerada uma afronta à honra da família.
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estima que o número anual mundial do chamado “homicídio em defesa da honra” pode chegar a 5 mil mulheres.
Tráfico de pessoas
Entre 500 mil e 2 milhões de pessoas são traficadas anualmente em situações incluindo prostituição, mão de obra forçada, escravidão ou servidão, segundo estimativas. Mulheres e meninas respondem por cerca de 80% das vítimas detectadas.
Violência durante a gravidez
A violência antes e durante a gravidez tem graves consequências para a saúde da mãe e da criança. Leva a gravidezes de alto risco e problemas relacionado à gravidez, incluindo aborto espontâneo, trabalho de parto prematuro e baixo peso ao nascer.
O infanticídio feminino, a seleção pré-natal do sexo e o abandono sistemático das meninas estão disseminados no Sul e Leste Asiáticos, no Norte da África e no Oriente Médio.
Discriminação e violência
Muitas mulheres enfrentam múltiplas formas de discriminação e um risco cada vez maior de violência.
  • No Canadá, mulheres indígenas são cinco vezes mais propensas a morrer como resultado da violência do que as outras mulheres da mesma idade.
  • Na Europa, América do Norte e Austrália, mais da metade das mulheres portadoras de deficiência sofreram abuso físico, em comparação a um terço das mulheres sem deficiência.
  • A violência contra as mulheres detidas pela polícia é comum e inclui violência sexual, vigilância inadequada, revistas com desnudamento realizadas por homens e exigência de atos sexuais em troca de privilégios ou necessidades básicas.
CUSTOS E CONSEQUÊNCIAS
Os custos da violência contra as mulheres são extremamente altos. Compreendem os custos diretos de serviços para o tratamento e apoio às mulheres vítimas de abuso e seus filhos, e para levar os culpados à justiça.
Os custos indiretos incluem a perda de emprego e de produtividade, além dos custos em termos de dor e sofrimento humano.
  • O custo da violência doméstica entre casais, somente nos Estados Unidos, ultrapassa os 5,8 bilhões de dólares por ano: 4,1 bilhões de dólares em serviços médicos e cuidados de saúde, enquanto a perda de produtividade totaliza quase 1,8 milhão de dólares.
  • Um estudo realizado em 2004 no Reino Unido estimou que os custos totais, diretos e indiretos, da violência doméstica, incluindo a dor e o sofrimento, chegam a 23 bilhões de libras por ano, ou 440 libras por pessoa.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Atualidades


Cresce a violência contra mulheres
No Sudeste, Minas ocupa a segunda posição no ranking de violência doméstica

Sete anos depois da Lei Maria da Penha, criada para coibir humilhações, espancamentos e assassinatos de brasileiras, uma mulher morre de causas violentas a cada uma hora e meia no país. Depois do Espírito Santo, que ocupa o primeiro lugar geral no ranking dos estados com o maior número de assassinatos femininos (11,24 por 100 mil), Minas Gerais fica na segunda posição na Região Sudeste. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Minas registra 6,49 mortes a cada 100 mil mulheres, contingente maior em relação aos dados apresentados pelo Rio de Janeiro e São Paulo, com 6 por 100 mil e 3,74 por 100 mil. 

Com fama de machistas, os homens mineiros que violentam e matam parceiras estão acima da média brasileira, com 5,82 mortes a cada 100 mil mulheres de 2001 a 2006. No mesmo período pesquisado pelo Ipea, Minas apresentou 0,62 pontos percentuais acima da média nacional. “Não basta só fazer uma lei para mudar uma cultura. Não vislumbro tão cedo uma mudança no cenário. Para tal ocorrer, seria necessário desde cedo começar a formar as crianças para uma nova cultura de respeito aos gêneros”, alerta a delegada Margarethe de Freitas Assis Rocha, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de BH.

Para denominar os assassinatos pelos parceiros íntimos, o Ipea usa a palavra feminicídio. Segundo o instituto, estes crimes decorrem de situações de abusos no domicílio, ameaças ou intimidação, violência sexual, ou situações nas quais a mulher tem menos poder ou menos recursos do que o homem.

Segundo o estudo “Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil”, os parceiros são os principais assassinos de mulheres. Cerca de 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo. Em contraste, essa proporção é próxima a 6% entre os homens assassinados. Ou seja, a proporção de mulheres assassinadas por parceiro é 6,6 vezes maior do que a proporção de homens assassinados por parceira.

A Lei Maria da Penha, em vigor desde 2006, não teve impacto no número de mortes por esse tipo de agressão. As taxas de mortalidade foram de 5,28 por 100 mil mulheres de 2001 a 2006 (antes da lei) e de 5,22 em 2007 a 2011 (depois da lei). Houve apenas um “sutil decréscimo da taxa em 2007, mas depois o índice de mortes voltou a crescer. “Ainda há muito o que fazer, mas a proteção à mulher aumentou. Acredito que elas estejam com mais coragem para denunciar os ataque”, lembrou a delegada.

Atualidades_Violencia contra mulheres

O que é a violência contra a mulher?

A violência contra as mulheres é sofrida em todas as fases da vida. Muitas vezes ela se inicia ainda na infância e acontece em todas as classes sociais. A violência cometida contra mulheres no âmbito doméstico e a violência sexual são fenômenos sociais e culturais ainda cercados pelo silêncio e pela dor. Políticas públicas específicas que incluem a prevenção e a atenção integral são fatores que podem proporcionar o empoderamento, ou seja, o fortalecimento das práticas autopositivas e do coletivo feminino no enfrentamento da violência no Brasil. 


Estudo aponta que é principalmente no ambiente doméstico que ocorrem as situações de violência contra a mulher. A taxa de ocorrência no ambiente doméstico é 71,8%, enquanto em vias públicas é 15,6%
“Qualquer ato ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública quanto na privada, é considerado violência.” Esta é a definição prevista na Convenção Interamericana (também conhecida como “Convenção de Belém do Pará”), de 1994, para Prevenir e Erradicar a Violência contra a Mulher.
Pioneira na luta pela proteção à mulher, a convenção tem como uma de suas principais consequências a Lei Maria da Penha, responsável pela criminalização da violência contra a mulher desde 2006, já que prevê punição para os agressores.Os dados atualizados do Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil, apontam que é principalmente no ambiente doméstico que ocorrem as situações de violência contra a mulher. A taxa de ocorrência no ambiente doméstico é 71,8%, enquanto em vias públicas é 15,6%.

Emprego na indústria cai pelo quarto mês seguido, indica IBGE


O emprego na indústria brasileira recuou 0,6% em agosto, na comparação com o mês anterior, na série livre de influências sazonais, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a quarta queda seguida do indicador e a mais forte desde abril de 2009, quando o emprego recuara 0,7%.No ano - de janeiro a agosto, o índice acumula recuo de 0,8% e, em 12 meses, de 1,0%. Em agosto, a produção da indústria brasileira ficou estagnada.Em agosto de 2013, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria recuou 2,5% em relação a agosto - a maior queda desde janeiro de 2013 (-5,3%).
Quanto ao número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, o indicador recuou 0,7% entre julho e agosto de 2013, a quarta taxa negativa seguida e a mais intensa desde abril de 2012 (-0,8%). Na comparação anual, o número de horas pagas caiu 1,4%, terceiro resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação e o mais intenso desde fevereiro último (-2,3%).
Em relação a agosto de 2012, a queda foi de 1,3% - a 23º nesse tipo de comparação e a maior desde dezembro, que registrou baixa de 1,4%. Foi registrado recuo no emprego de 13 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE, com destaque para a região Nordeste, que mostrou queda de 4,9%, e para Santa Catarina, onde a taxa avançou 0,9%.
Setorialmente, ainda no índice mensal de agosto de 2013, o pessoal ocupado assalariado recuou em 13 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas vindas de produtos de metal (-4,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-4,3%), calçados e couro (-4,7%), máquinas e equipamentos (-2,9%), produtos têxteis (-4,4%), outros produtos da indústria de transformação (-3,6%), madeira (-5,7%), refino de petróleo e produção de álcool (-5,1%) e minerais não-metálicos (-2,1%).
Os principais impactos positivos ocorreram nos setores de borracha e plástico (3,3%), alimentos e bebidas (0,8%) e meios de transporte (1,3%).
No ano, o emprego industrial mostrou taxas negativas em 11 dos 14 locais e em 11 dos 18 setores investigados, com destaque para a região Nordeste (-4,4%). Setorialmente, as maiores contribuições negativas vieram de calçados e couro (-5,3%), vestuário (-3,3%), outros produtos da indústria de transformação (-4,1%), entre outros. Por outro lado, entre as influências positivas estão os setores de alimentos e bebidas (1,7%) e de borracha e plástico (3%).
Salário"Houve clara influência da queda de 15,5% no setor extrativo, pressionado pelo pagamento de participação nos lucros e resultados em importante empresa do setor no mês anterior, já que a indústria de transformação caiu 1,3%", disse o IBGE.
Na comparação com o mesmo período de 2012, o valor da folha de pagamento real caiu 0,2% em agosto de 2013 e interrompeu 43 meses de taxas positivas consecutivas nesse tipo de comparação.
As maiores quedas partiram do Rio de Janeiro (-10,3%), da região Nordeste (-7,5%), daBahia (-12,2%) e do Espírito Santo (-5,9%) e as influências positivas, do Rio Grande do Sul(3,9%), de Santa Catarina (4,1%), de São Paulo (0,6%), da região Norte e Centro-Oeste (3,4%), de Minas Gerais (2,4%) e do Paraná (2,8%).
Número de horas pagasForam registradas baixas em 11 dos 14 locais e em 12 dos 18 ramos pesquisados. As principais influências negativas partiram de produtos de metal (-6,0%), calçados e couro (-7,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-5,1%), máquinas e equipamentos (-3,3%), produtos têxteis (-5,6%) e outros produtos da indústria de transformação (-3,9%). O setor de alimentos e bebidas (1,1%) foi o principal impacto positivo, seguido por borracha e plástico (4,2%) e meios de transporte (2,3%).
Entre os locais pesquisados, a região Nordeste, que recuou 5,3%, foi a principal influência negativa, pressionada pela redução no número de horas pagas nos setores de alimentos e bebidas (-6,0%), calçados e couro (-8,3%) e minerais não-metálicos (-8,4%), entre outros.
Na contramão, estão Rio de Janeiro (1,6%), Santa Catarina (0,8%) e região Norte e Centro-Oeste (0,5%), impulsionados pela expansão em meios de transporte (8,8%), alimentos e bebidas (5,8%) e indústrias extrativas (8,0%), no primeiro local, borracha e plástico (8,9%) e produtos de metal (9,6%), no segundo, e alimentos e bebidas (5,0%), no último.

Lorena Costa

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES: A SITUAÇÃO

O PROBLEMA
A violência contra as mulheres assume muitas formas – física, sexual, psicológica e econômica. Essas formas de violência se inter-relacionam e afetam as mulheres desde antes do nascimento até a velhice.
Alguns tipos de violência, como o tráfico de mulheres, cruzam as fronteiras nacionais.
As mulheres que experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua capacidade de participar da vida púbica diminui. A violência contra as mulheres prejudica as famílias e comunidades de todas as gerações e reforça outros tipos de violência predominantes na sociedade.
A violência contra as mulheres também empobrece as mulheres, suas famílias, suas comunidades e seus países.
A violência contra as mulheres não está confinada a uma cultura, uma região ou um país específicos, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade. As raízes da violência contra as mulheres decorrem da discriminação persistente contra as mulheres.
Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida.
As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro e violência doméstica do que de câncer, acidentes de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial.
Violência praticada pelo parceiro íntimo
A forma mais comum de violência experimentada pelas mulheres em todo o mundo é a violência física praticada por um parceiro íntimo, em que as mulheres são surradas, forçadas a manter relações sexuais ou abusadas de outro modo.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizado em 11 países constatou que a porcentagem de mulheres submetidas à violência sexual por um parceiro íntimo varia de 6% no Japão a 59% na Etiópia.
Diversas pesquisas mundiais apontam que metade de todas as mulheres vítimas de homicídio é morta pelo marido ou parceiro, atual ou anterior.
  • Na Austrália, no Canadá, em Israel, na África do Sul e nos Estados Unidos, 40% a 70% das mulheres vítimas de homicídio foram mortas pelos parceiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
  • Na Colômbia, a cada seis dias uma mulher é morta pelo parceiro ou ex-parceiro.
A violência psicológica ou emocional praticada pelos parceiros íntimos também está disseminada.
Violência sexual
Calcula-se que, em todo o mundo, uma em cada cinco mulheres se tornará uma vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer da vida.
A prática do matrimônio precoce – uma forma de violência sexual – é comum em todo o mundo, especialmente na África e no Sul da Ásia. As meninas são muitas vezes forçadas a se casar e a manter relações sexuais, o que acarreta riscos para a saúde, inclusive a exposição ao HIV/AIDS e a limitação da frequência à escola.
Um dos efeitos do abuso sexual é a fístula traumática ginecológica: uma lesão resultante do rompimento severo dos tecidos vaginais, deixando a mulher incontinente e indesejável socialmente.
Violência sexual em conflitos
A violência sexual em conflitos é uma grave atrocidade atual que afeta milhões de pessoas, principalmente mulheres e meninas.
Trata-se, com frequência, de uma estratégia deliberada empregada em larga escala por grupos armados a fim de humilhar os oponentes, aterrorizar as pessoas e destruir as sociedades. Mulheres e meninas também podem ser submetidas à exploração sexual por aqueles que têm a obrigação de protegê-las.
As mulheres, sejam elas avós ou bebês, têm rotineiramente sofrido violento abuso sexual nas mãos de forças militares e rebeldes.
O estupro há muito é usado como tática de guerra, com relatos de violência contra as mulheres durante ou após conflitos armados em todas as zonas de guerra internacionais ou não internacionais.
  • Na República Democrática do Congo, aproximadamente 1.100 estupros são relatados todo mês, com uma média de 36 mulheres e meninas estupradas todos os dias. Acredita-se que mais de 200 mil mulheres tenham sofrido violência sexual nesse país desde o início do conflito armado.
  • O estupro e a violação sexual de mulheres e meninas permeia o conflito na região de Darfur, no Sudão.
  • Entre 250 mil e 500 mil mulheres foram estupradas durante o genocídio de 1994 em Ruanda.
  • A violência sexual foi um traço característico da guerra civil que durou 14 anos na Libéria.
  • Durante o conflito na Bósnia, no início dos anos 1990, entre 20 mil e 50 mil mulheres foram estupradas.
Violência e HIV/AIDS
A incapacidade de negociar sexo seguro e de recusar o sexo não desejado está intimamente ligada à alta incidência de HIV/AIDS. O sexo não desejado resulta em maior risco de escoriações e sangramento, o que facilita a transmissão do vírus.
Mulheres que são surradas por seus parceiros estão 48% mais propensas à infecção pelo HIV/AIDS.
As mulheres jovens são particularmente vulneráveis ao sexo forçado e cada vez mais são infectadas com o HIV/AIDS. Mais da metade das novas infecções por HIV em todo o mundo ocorrem entre os jovens de 15 a 24 anos, e mais de 60% dos jovens infectados com o vírus nessa faixa etária são mulheres.
Excisão/Mutilação Genital Feminina
A Excisão/Mutilação Genital Feminina (E/MGF) refere-se a vários tipos de operações de mutilação realizadas em mulheres e meninas.
  • Estima-se que mais de 130 milhões de meninas e mulheres que estão vivas hoje foram submetidas à E/MGF, sobretudo na África e em alguns países do Oriente Médio.
  • Estima-se que 2 milhões de meninas por ano estão sob a ameaça de sofrer mutilação genital.
Assassinato por dote
O assassinato por dote é uma prática brutal, na qual a mulher é assassinada pelo marido ou parentes deste porque a família não pode cumprir as exigências do dote — pagamento feito à família do marido quando do casamento, como um presente à nova família da noiva.
Embora os dotes ou pagamentos semelhantes predominem em todo o mundo, os assassinatos por dote ocorrem sobretudo na África do Sul.
“Homicídio em defesa da honra”
Em muitas sociedades, vítimas de estupro, mulheres suspeitas de praticar sexo pré-matrimonial e mulheres acusadas de adultério têm sido assassinadas por seus parentes, porque a violação da castidade da mulher é considerada uma afronta à honra da família.
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estima que o número anual mundial do chamado “homicídio em defesa da honra” pode chegar a 5 mil mulheres.
Tráfico de pessoas
Entre 500 mil e 2 milhões de pessoas são traficadas anualmente em situações incluindo prostituição, mão de obra forçada, escravidão ou servidão, segundo estimativas. Mulheres e meninas respondem por cerca de 80% das vítimas detectadas.
Violência durante a gravidez
A violência antes e durante a gravidez tem graves consequências para a saúde da mãe e da criança. Leva a gravidezes de alto risco e problemas relacionado à gravidez, incluindo aborto espontâneo, trabalho de parto prematuro e baixo peso ao nascer.
O infanticídio feminino, a seleção pré-natal do sexo e o abandono sistemático das meninas estão disseminados no Sul e Leste Asiáticos, no Norte da África e no Oriente Médio.
Discriminação e violência
Muitas mulheres enfrentam múltiplas formas de discriminação e um risco cada vez maior de violência.
  • No Canadá, mulheres indígenas são cinco vezes mais propensas a morrer como resultado da violência do que as outras mulheres da mesma idade.
  • Na Europa, América do Norte e Austrália, mais da metade das mulheres portadoras de deficiência sofreram abuso físico, em comparação a um terço das mulheres sem deficiência.
  • A violência contra as mulheres detidas pela polícia é comum e inclui violência sexual, vigilância inadequada, revistas com desnudamento realizadas por homens e exigência de atos sexuais em troca de privilégios ou necessidades básicas.
CUSTOS E CONSEQUÊNCIAS
Os custos da violência contra as mulheres são extremamente altos. Compreendem os custos diretos de serviços para o tratamento e apoio às mulheres vítimas de abuso e seus filhos, e para levar os culpados à justiça.
Os custos indiretos incluem a perda de emprego e de produtividade, além dos custos em termos de dor e sofrimento humano.
  • O custo da violência doméstica entre casais, somente nos Estados Unidos, ultrapassa os 5,8 bilhões de dólares por ano: 4,1 bilhões de dólares em serviços médicos e cuidados de saúde, enquanto a perda de produtividade totaliza quase 1,8 milhão de dólares.
  • Um estudo realizado em 2004 no Reino Unido estimou que os custos totais, diretos e indiretos, da violência doméstica, incluindo a dor e o sofrimento, chegam a 23 bilhões de libras por ano, ou 440 libras por pessoa.

Indústria brasileira


Uso da capacidade instalada na indústria brasileira cai a 82,2% em julho--CNI

A indústria brasileira iniciou o terceiro trimestre em queda, com resultado negativo em julho na maioria dos indicadores do setor em um reflexo da dificuldade do parque fabril brasileiro em engatar uma recuperação mais vigorosa.
Em julho, a utilização da capacidade instalada na indústria brasileira ficou em 82,2 por cento, segundo dados dessazonalizados, pouco abaixo dos 82,3 por cento de junho segundo número revisado, informou nesta quarta-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O faturamento real dessazonalizado da indústria caiu 1,5 por cento frente a junho, após alta de 0,7 por cento no mês anterior, exibindo no ano um comportamento errático.
Também num dado negativo, as horas trabalhadas na produção caíram 1,7 por cento em julho na comparação com o mês anterior, enquanto o emprego avançou apenas 0,3 por cento. A massa salarial mostrou ligeira alta de 0,4 por cento e o rendimento médio teve recuo de 0,1 por cento.
O setor industrial segue em trajetória volátil, mesclando expansão e desaceleração e sem sinais firmes de um crescimento contínuo.
"Entretanto, observa-se crescimento na comparação com o ano anterior, sinalizando um resultado melhor para a indústria de transformação que no ano anterior", relata documento apresentado pela entidade.
No acumulado do ano até julho, em comparação a igual período de 2012, os indicadores do setor industrial mostram altas de 5,2 por cento para o faturamento real, de 0,2 por cento para as horas trabalhadas, de 0,5 por cento no emprego, de 1,8 por cento na massa salarial real e de 1,3 por cento no rendimento real.
Em julho, a produção industrial caiu 2 por cento frente a junho, pressionada pelo desempenho ruim no segmento de bens de capital, indicando que a economia brasileira iniciou o terceiro trimestre com fraqueza após o surpreendente alta de 1,5 por cento do PIB nos três meses anteriores.

A CNI projeta para este ano alta de 2,6 por cento do PIB industrial, em uma estimativa que pode ser rebaixada diante da forte volatilidade dos indicadores industriais e da dificuldade do setor fabril em engregar uma recuperação sólida.
BDA prevê crescimento chinês de 7,6% em 2013 
O Banco de Desenvolvimento Asiático (BDA) lançou recentemente em Bancoc, capital da Tailândia, uma revisão do relatório sobre a Perspectiva do Desenvolvimento Asiático para 2013.
No documento, o banco apontou que a economia chinesa está a afastar-se da dependência da exportação e do investimento e a focar-se mais no crescimento sustentável. A instituição prevê que a taxa do crescimento chinês de 2013 possa atingir 7,6%.
Segundo alguns analistas, a diminuição da importação dos Estados Unidos e Europa é uma das razões que pode estimular a transformação do modelo de crescimento econômico da China. Para o Banco de Desenvolvimento Asiático, o crescimento estável sinaliza que a economia chinesa se tornará mais saudável e sustentável.

Inflação

Mercado financeiro eleva estimativa de inflação para 2013 e 2014 

Os economistas do mercado financeiro elevaram, na semana passada, sua previsão para o comportamento da inflação neste ano e em 2014, informou o Banco Central nesta segunda-feira (30) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. O documento da autoridade monetária é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.Os analistas das instituições financeiras subiram sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano de 5,81% para 5,82%. Já para 2014, porém, a previsão dos economistas dos bancos avançou de 5,96% para 5,97%. Neste caso, foi a quarta elevação consecutiva. O BC estimou, nesta segunda-feira, um IPCA de 5,8% para este ano e 5,7% para 2014.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a inflação teria queda neste ano frente ao patamar registrado em 2012 (5,84%) e no ano de 2014. Embora ainda continue acreditando na desaceleração da inflação neste ano, o mercado prevê, entretanto, crescimento da inflação em 2014 – último do mandato da presidente Dilma Rousseff.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O golpe no Paraguai e o Mercosul

O golpe no Paraguai e o Mercosul

Os defensores do golpe parlamentar que derrubou o presidente Fernando Lugo no Paraguai, a 22 de junho passado (por exemplo, o senador tucano Álvaro Dias), golpe que culminou na sua substituição pelo vice-presidente em exercício (Federico Franco), insistem no caráter “constitucional” (ou seja, legal) do impeachment que derrubou Lugo, referendado pela Suprema Corte do país. Ora, além de seu caráter sumário (36 horas!), as provas (“causas”) para o procedimento foram definidas pelo Parlamento paraguaio como “de notoriedade pública, motivo pelo qual não precisam ser provadas, conforme o ordenamento público vigente” (sic, grifo nosso). Ou seja, que o suposto “direito legal de defesa” concedido a Lugo foi puramente fictício, posto que ninguém pode se defender do que não precisa ser provado. Os parlamentares-golpistas aprovaram um arremedo de acusação no prazo de... duas horas. O Senado deu menos um dia ao presidente da República para preparar e exercer seu direito à defesa.
Promessas Descumpridas
As promessas de Lugo de melhorar a situação dos camponeses ficaram totalmente descumpridas e quando os camponeses famintos de terra saíram para ocupá-las lhes contestaram com a repressão e com concessões aos setores de direita. Em novembro de 2008, a repressão de uma marcha de sem terra deixou 55 feridos. Uma nova marcha da FNC (Federación Nacional Campesina) ocupou Assunção em novembro de 2009. A 15 de junho passado, no Norte do país, a ocupação de um terreno ilegalmente detido por um latifundiário (Blas Riquelme, terratenente do Partido Colorado) produziu um conflito que deixou onze camponeses mortos e mais de 50 feridos. Setores do movimento sem-terra, embora minoritários, foram se radicalizando e superando as direções comprometidas como o governo. Foi o caso de Curuguaty, onde ocorreu o confronto e o massacre de 15 de junho, no qual também sete policiais morreram. A palavra de ordem desse setor camponês era “morrer matando”. Sobre a violência da repressão basta ler o comunicado das “organizações sociais e camponesas, diante dos fatos públicos de 15 de junho durante o despejo das terras, a 35 quilômetros da cidade de Curuguaty, faze(ndo) um chamado às autoridades para garantir a vida dos camponeses feridos que ainda continuam nos montes, os desaparecidos, e evitar mais fatos de violência no lugar”.
Resistência só no Exterior
Enquanto o golpe se produzia, a única resistência veio... do exterior, quando o chanceler venezuelano-bolivariano Nicolás Maduro, em visita ao país em nome da Unasul, reuniu-se com os chefes das Forças Armadas paraguaias, que o receberam, afim de pressioná-los para que evitassem o golpe parlamentar em andamento (ameaçou com cortes de fornecimento de petróleo, de créditos, etc.). Embora a resposta fosse negativa (ou melhor, silenciosa) foi significativo que sua arenga (de cinco minutos!) fosse tolerada. Durante breves horas, o destino político do Paraguai pendeu entre um golpe parlamentar e um golpe militar antiparlamentar, ou seja, entre duas alternativas golpistas, todo um resumo da pseudodemocracia latino-americana. “Numa demonstração de união e celeridade na defesa da democracia, enquanto o golpe ainda se desenrolava no Paraguai, a Unasul enviou missão diplomática ao país para tentar evitar sua conclusão”, escreveu um apologista dos regimes “progressistas”. Golpe “surpresa”?: Wikileaks já havia revelado publicamente que um “golpe parlamentar” contra Lugo vinha sendo discutido por Federico Franco com representantes dos EUA... desde 2009. Em novembro de 2009, Lugo teve de demitir os principais comandantes militares. Os que os sucederam acabam de apoiar o golpe contra ele.
Política Agrária
A política agrária dos golpistas é uma guerra sem fim contra os camponeses, em defesa do agronegócio com Monsanto e os monopólios da produção de sementes e transgênicos. Subsídios aos grandes produtores de soja, manutenção de terras nas mãos de grileiros, acordo com a multinacional do alumínio (com US$ 14 bilhões em subsídios de energia elétrica que vão sair do consumidor paraguaio) e anúncios de privatizações (do sistema elétrico, telefonia, água corrente, cimentos) foram as primeiras medidas do novo governo. Rio Tinto, que contrataria... 1250 trabalhadores paraguaios, pretende um contrato de consumo de energia entre 2016 e 2045, renovável. “É uma quadrilha que está prestes a assaltar o povo paraguaio”, resumiu o dirigente da oposição, Ricardo Canese.
Paliativos Assistencialistas
Os altos preços das commodities foram usados para paliar a miséria social com planos assistencialistas e para uma acumulação parasita de reservas internacionais, um aspecto da especulação internacional, pois foi evitada a nacionalização do comércio externo e do sistema financeiro. Em vez de acumular recursos produtivos, América Latina experimentou a maior saída de capitais de sua história. Em Venezuela o petróleo se encontra formalmente nacionalizado, mas a PDVSA registra uma crise de custos e de endividamento, que a torna dependente de acordos de participação com os monopólios internacionais para explorar a Bacia do Orinoco (a Venezuela tem as maiores reservas do mundo, segundo a OPEP). Venezuela sofreu, sob Chávez, um retrocesso industrial importante (dissimulado pela renda diferencial petroleira do país) e atualmente importa 70% de suas necessidades alimentares (!)

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Copa e olimpíadas no Brasil                                                         "Os eventos deram visibilidade para a necessidade de melhorar a nossa infraestrutura. Vamos deixar um legado material visível para o País", disse ele, sem entrar em detalhes sobre atrasos em obras, principalmente no que diz respeito à Copa do Mundo.
Ele afirma que o legado imaterial também é importante. "Os eventos promovem um País que é a sexta, sétima economia do mundo e vai ajudar a ampliar relação comercial (do Brasil) com o mundo. Espera-se que o turismo, interno e externo, movimente cerca de R$ 9 bilhões somente durante a Copa do Mundo. Serão cerca de 600 mil estrangeiros e 3 milhões de brasileiros viajando pelo País", disse. "Copa do Mundo e Olimpíada têm impacto econômico extraordinário, inclusive no desenvolvimento econômico regional. Não é só um estádio", afirma.
Mônica Monteiro, gerente de relações institucionais e parcerias da secretaria municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro, diz que o aprendizado com os Jogos Pan-Americanos de 2007 deve servir para que o legado seja efetivamente usufruído pela população.
"Queremos deixar um legado social maior, conseguir utilizar melhor aquilo que for disposto para os dois eventos". O Pan de 2007 deixou resultados bastante questionáveis. Seis anos depois, o estádio do Engenhão está fechado, com problemas estruturais, o Maracanã, que foi reformado para o evento teve os investimentos perdidos, já que foi praticamente reconstruído para a Copa e equipamentos construídos para o Pan são subutilizados, como o complexo aquático Maria Lenk.
Para a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão (PCdoB), os ganhos trazidos pela Copa do Mundo à zona leste da capital paulista são inquestionáveis. Lá, está em construção o novo estádio do Corinthians, local previsto para a abertura da Copa. "Nosso desafio é melhorar a qualidade de vida da população. São os nossos problemas. Os eventos devem ser vistos nessa ótica. Impulsionar o papel promissor que a cidade, o Estado e o País tem", diz ela.
Segundo Nádia, as obras de mobilidade no entorno do estádio e a revitalização da região vão pesar no desenvolvimento econômico da zona leste nos próximos anos. "Está nos planos da cidade a construção de um novo polo econômico na região.
Rodrigo Gouveia, membro do comitê paulista da Copa do Mundo, do governo do Estado, lembra que a Copa do Mundo vai consolidar a cidade como destino de grandes eventos internacionais. E que até a segurança pública deverá se beneficiar do evento.
"O centro de segurança integrado, que vai unir esforços da União, do Estado e município ficará à disposição de São Paulo após a Copa do Mundo. Será um ganho bastante importante, principalmente no que diz respeito à questão tecnológica", diz.
Atualidades

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES: A SITUAÇÃO


O PROBLEMA
A violência contra as mulheres assume muitas formas – física, sexual, psicológica e econômica. Essas formas de violência se inter-relacionam e afetam as mulheres desde antes do nascimento até a velhice.
Alguns tipos de violência, como o tráfico de mulheres, cruzam as fronteiras nacionais.
As mulheres que experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua capacidade de participar da vida púbica diminui. A violência contra as mulheres prejudica as famílias e comunidades de todas as gerações e reforça outros tipos de violência predominantes na sociedade.
A violência contra as mulheres também empobrece as mulheres, suas famílias, suas comunidades e seus países.
A violência contra as mulheres não está confinada a uma cultura, uma região ou um país específicos, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade. As raízes da violência contra as mulheres decorrem da discriminação persistente contra as mulheres.
Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida.
As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro e violência doméstica do que de câncer, acidentes de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial.
Violência praticada pelo parceiro íntimo
A forma mais comum de violência experimentada pelas mulheres em todo o mundo é a violência física praticada por um parceiro íntimo, em que as mulheres são surradas, forçadas a manter relações sexuais ou abusadas de outro modo.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizado em 11 países constatou que a porcentagem de mulheres submetidas à violência sexual por um parceiro íntimo varia de 6% no Japão a 59% na Etiópia.
Diversas pesquisas mundiais apontam que metade de todas as mulheres vítimas de homicídio é morta pelo marido ou parceiro, atual ou anterior.
  • Na Austrália, no Canadá, em Israel, na África do Sul e nos Estados Unidos, 40% a 70% das mulheres vítimas de homicídio foram mortas pelos parceiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
  • Na Colômbia, a cada seis dias uma mulher é morta pelo parceiro ou ex-parceiro.
A violência psicológica ou emocional praticada pelos parceiros íntimos também está disseminada.
Violência sexual
Calcula-se que, em todo o mundo, uma em cada cinco mulheres se tornará uma vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer da vida.
A prática do matrimônio precoce – uma forma de violência sexual – é comum em todo o mundo, especialmente na África e no Sul da Ásia. As meninas são muitas vezes forçadas a se casar e a manter relações sexuais, o que acarreta riscos para a saúde, inclusive a exposição ao HIV/AIDS e a limitação da frequência à escola.
Um dos efeitos do abuso sexual é a fístula traumática ginecológica: uma lesão resultante do rompimento severo dos tecidos vaginais, deixando a mulher incontinente e indesejável socialmente.
Violência sexual em conflitos
A violência sexual em conflitos é uma grave atrocidade atual que afeta milhões de pessoas, principalmente mulheres e meninas.
Trata-se, com frequência, de uma estratégia deliberada empregada em larga escala por grupos armados a fim de humilhar os oponentes, aterrorizar as pessoas e destruir as sociedades. Mulheres e meninas também podem ser submetidas à exploração sexual por aqueles que têm a obrigação de protegê-las.
As mulheres, sejam elas avós ou bebês, têm rotineiramente sofrido violento abuso sexual nas mãos de forças militares e rebeldes.
O estupro há muito é usado como tática de guerra, com relatos de violência contra as mulheres durante ou após conflitos armados em todas as zonas de guerra internacionais ou não internacionais.
  • Na República Democrática do Congo, aproximadamente 1.100 estupros são relatados todo mês, com uma média de 36 mulheres e meninas estupradas todos os dias. Acredita-se que mais de 200 mil mulheres tenham sofrido violência sexual nesse país desde o início do conflito armado.
  • O estupro e a violação sexual de mulheres e meninas permeia o conflito na região de Darfur, no Sudão.
  • Entre 250 mil e 500 mil mulheres foram estupradas durante o genocídio de 1994 em Ruanda.
  • A violência sexual foi um traço característico da guerra civil que durou 14 anos na Libéria.
  • Durante o conflito na Bósnia, no início dos anos 1990, entre 20 mil e 50 mil mulheres foram estupradas.
Violência e HIV/AIDS
A incapacidade de negociar sexo seguro e de recusar o sexo não desejado está intimamente ligada à alta incidência de HIV/AIDS. O sexo não desejado resulta em maior risco de escoriações e sangramento, o que facilita a transmissão do vírus.
Mulheres que são surradas por seus parceiros estão 48% mais propensas à infecção pelo HIV/AIDS.
As mulheres jovens são particularmente vulneráveis ao sexo forçado e cada vez mais são infectadas com o HIV/AIDS. Mais da metade das novas infecções por HIV em todo o mundo ocorrem entre os jovens de 15 a 24 anos, e mais de 60% dos jovens infectados com o vírus nessa faixa etária são mulheres.
Excisão/Mutilação Genital Feminina
A Excisão/Mutilação Genital Feminina (E/MGF) refere-se a vários tipos de operações de mutilação realizadas em mulheres e meninas.
  • Estima-se que mais de 130 milhões de meninas e mulheres que estão vivas hoje foram submetidas à E/MGF, sobretudo na África e em alguns países do Oriente Médio.
  • Estima-se que 2 milhões de meninas por ano estão sob a ameaça de sofrer mutilação genital.
Assassinato por dote
O assassinato por dote é uma prática brutal, na qual a mulher é assassinada pelo marido ou parentes deste porque a família não pode cumprir as exigências do dote — pagamento feito à família do marido quando do casamento, como um presente à nova família da noiva.
Embora os dotes ou pagamentos semelhantes predominem em todo o mundo, os assassinatos por dote ocorrem sobretudo na África do Sul.
“Homicídio em defesa da honra”
Em muitas sociedades, vítimas de estupro, mulheres suspeitas de praticar sexo pré-matrimonial e mulheres acusadas de adultério têm sido assassinadas por seus parentes, porque a violação da castidade da mulher é considerada uma afronta à honra da família.
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estima que o número anual mundial do chamado “homicídio em defesa da honra” pode chegar a 5 mil mulheres.
Tráfico de pessoas
Entre 500 mil e 2 milhões de pessoas são traficadas anualmente em situações incluindo prostituição, mão de obra forçada, escravidão ou servidão, segundo estimativas. Mulheres e meninas respondem por cerca de 80% das vítimas detectadas.
Violência durante a gravidez
A violência antes e durante a gravidez tem graves consequências para a saúde da mãe e da criança. Leva a gravidezes de alto risco e problemas relacionado à gravidez, incluindo aborto espontâneo, trabalho de parto prematuro e baixo peso ao nascer.
O infanticídio feminino, a seleção pré-natal do sexo e o abandono sistemático das meninas estão disseminados no Sul e Leste Asiáticos, no Norte da África e no Oriente Médio.
Discriminação e violência
Muitas mulheres enfrentam múltiplas formas de discriminação e um risco cada vez maior de violência.
  • No Canadá, mulheres indígenas são cinco vezes mais propensas a morrer como resultado da violência do que as outras mulheres da mesma idade.
  • Na Europa, América do Norte e Austrália, mais da metade das mulheres portadoras de deficiência sofreram abuso físico, em comparação a um terço das mulheres sem deficiência.
  • A violência contra as mulheres detidas pela polícia é comum e inclui violência sexual, vigilância inadequada, revistas com desnudamento realizadas por homens e exigência de atos sexuais em troca de privilégios ou necessidades básicas.
CUSTOS E CONSEQUÊNCIAS
Os custos da violência contra as mulheres são extremamente altos. Compreendem os custos diretos de serviços para o tratamento e apoio às mulheres vítimas de abuso e seus filhos, e para levar os culpados à justiça.
Os custos indiretos incluem a perda de emprego e de produtividade, além dos custos em termos de dor e sofrimento humano.
  • O custo da violência doméstica entre casais, somente nos Estados Unidos, ultrapassa os 5,8 bilhões de dólares por ano: 4,1 bilhões de dólares em serviços médicos e cuidados de saúde, enquanto a perda de produtividade totaliza quase 1,8 milhão de dólares.
  • Um estudo realizado em 2004 no Reino Unido estimou que os custos totais, diretos e indiretos, da violência doméstica, incluindo a dor e o sofrimento, chegam a 23 bilhões de libras por ano, ou 440 libras por pessoa.

Fonte: onu.org.br/unase                 Acesso em: 09/10/13