segunda-feira, 12 de agosto de 2013

jac leiner


Jac Leirner expõe na ‘White Cube’, em Londres, após 8 anos afastada do circuito internacional



LONDRES - Exatos 20 anos depois do primeiro convite, que recusou, a artista plástica paulistana Jac Leirner finalmente expõe, a partir desta quinta-feira, na galeria White Cube (Mason’s Yard) em Londres. Batizada de “Hardware Silk”, a mostra celebra seu retorno ao circuito internacional, com uma obra considerada mais madura, após oito anos de afastamento.
Sem tirar os olhos dos jovens que ajudavam a montar a exposição — milhares de aparentes “quinquilharias” trazidas em imensos caixotes de madeira do Brasil e transformadas em 21 obras de arte —, Jac conversou com O GLOBO sobre sua trajetória até esta primeira exibição em Londres e admitiu que precisou de um tempo para si.
— A vida não é só profissão. A existencialidade passa por longos caminhos até encontrar uma luzinha, um corpo, um lugar — afirma.
Aos poucos, réguas, prumos, porcas e parafusos, cabos de aço e extensores vão ganhando forma. Acumulam-se no melhor estilo de Jac Leirner pelas paredes dos três salões do grande cubo de concreto que substituiu o prédio de uma antiga estação de força, bem no meio de um pátio compartilhado por elegantes galerias de arte e antiquários, no centro da capital britânica. Estes formam o “hardware”, pecinhas que Jac comprou ao longo dos anos em pequenas lojas de material de construção no Brasil.
No meio da bagunça da montagem, depositadas sobre a mesa de apoio, há dezenas de caixas de papel de seda usado para enrolar cigarros. Coladas uma a uma, com o auxílio de saliva e a paciência de quem prepara o próprio cigarro, transformam-se em uma espécie de “pele”, com formato geométrico, que, depois de montada, irá se projetar da parede, em instalações. Aí está a parte “silk” (seda) da exposição.


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