terça-feira, 17 de setembro de 2013

Artes_ Morrinho

RIO DE JANEIRO, Brasil – Na década de 90, os irmãos Cilan e Maycon Oliveira viviam cercados pela pobreza e pelo tráfico de drogas numa favela da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Sem ter com o que brincar, os dois adolescentes inventaram um jogo que tinha a própria realidade como pano de fundo.
Com tijolos, garrafas pet, imitações de bonecos Lego, tinta e muita imaginação, os irmãos Oliveira começaram a criar uma réplica da comunidade onde moravam, a Pereira da Silva. Mais conhecida como Pereirão, a favela tem 5.000 habitantes e fica no bairro de Laranjeiras.
“Sempre tinha muito lixo em volta de nossa casa. Sem ter com o que brincar, resolvemos criar uma favela em miniatura, um Morrinho, usando materiais do lixo”, conta Cilan Oliveira, de 29 anos.
Na maquete da favela, os irmãos Oliveira e seus amigos passavam horas interpretando personagens: moradores, traficantes e policiais.
“Se a favela tinha um baile funk, nós também fazíamos o nosso, com direito a luzes e a um pequeno som velho. Quando o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) invadia o morro, nós também prendíamos os bandidos em miniatura”, lembra Oliveira. “O Morrinho era a nossa realidade. Passávamos horas e horas jogando.”
O Projeto Morrinho é uma ONG que tem 20 funcionários, entre fixos e temporários, e trabalha em quatro frentes:
  • Exposições e oficinas, que consistem em construir “morrinhos” como o da Pereira da Silva em outros locais do Brasil e do mundo;
  • TV Morrinho, que produz vídeos e capacita jovens em técnicas de filmagem, edição e sonorização;
  • Turismo no Morrinho, que leva turistas para conhecer a favela e a maquete;
  • Morrinho Social, que oferece aulas de inglês e fotografia para crianças da comunidade.

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